Em março, entregadores de aplicativos de delivery protagonizaram uma mobilização histórica por melhores condições de trabalho. A paralisação, que ocorreu em 59 cidades brasileiras, incluindo capitais como São Paulo, teve como principal reivindicação a fixação de uma taxa mínima de R$10 por corrida de até 4 km, além do aumento proporcional no valor pago por quilômetro adicional.
Essa movimentação escancarou o descontentamento generalizado da categoria frente à precarização da remuneração e à crescente exploração nos modelos de trabalho por demanda. A pauta unificadora dos entregadores — o piso de R$10 por entrega curta — rapidamente ganhou apoio nas redes sociais, recebendo visibilidade nacional e abrindo o debate sobre a regulamentação do trabalho em plataformas como iFood, Rappi e Uber Eats.
Por que os entregadores pedem R$10 mínimos por entrega?
Segundo os trabalhadores, o valor atualmente pago por algumas plataformas chega a ser inferior a R$5 por corrida curta, o que não cobre nem mesmo os custos com combustível, manutenção da moto ou bicicleta e alimentação. Com a inflação afetando diretamente o preço dos insumos, muitos entregadores têm enfrentado uma rotina exaustiva para alcançar rendimentos mínimos ao final do dia.
Além disso, o pagamento por km adicional muitas vezes é considerado insuficiente, o que desestimula longas entregas e expõe os profissionais a trajetos mais perigosos sem a devida compensação financeira.
A mobilização em São Paulo
Na cidade de São Paulo, um dos maiores polos de entregas por aplicativo no país, os trabalhadores se concentraram em pontos estratégicos como a Avenida Paulista, travando temporariamente a operação de grandes restaurantes e redes de fast food. A mobilização foi organizada de forma autônoma, principalmente por meio de grupos de WhatsApp e redes sociais, mostrando o poder de articulação digital da categoria.
Impacto nos aplicativos de delivery
Com as paralisações, muitos usuários relataram instabilidade ou demora na entrega dos pedidos. Algumas plataformas chegaram a oferecer promoções e incentivos temporários para atrair entregadores durante os dias de paralisação. No entanto, as medidas paliativas não solucionam o problema central: a valorização justa do trabalho.
O que está em jogo?
A paralisação dos entregadores por R$10 de taxa mínima por corrida e valorização por quilômetro rodado é mais do que uma reivindicação salarial. Trata-se de uma luta por dignidade, respeito e reconhecimento de um serviço essencial à vida nas grandes cidades, especialmente após o papel fundamental que os entregadores desempenharam durante a pandemia de COVID-19.
Conclusão
O movimento dos entregadores evidencia a urgência de um novo modelo de relações de trabalho no setor de delivery. Para além de apps e algoritmos, há pessoas que pedalam e dirigem por toda a cidade, enfrentando sol, chuva e trânsito, para garantir que pedidos cheguem com eficiência. A luta por condições mínimas justas, como a taxa de R$10 por entrega, é um passo necessário rumo a um delivery mais humano e sustentável.
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